O desenvolvimento social, à luz do pensamento de Setubal, alicerça-se em um embasamento cultural que une um dever coletivo e um direito individual. Com base nessa premissa, uma série de iniciativas (desde as dirigidas ao patrimônio material, como a formação de uma coleção histórica de acesso público, até as direcionadas ao imaterial, como a formulação de uma base de dados artística) se descortinou ao longo de décadas em que sua atuação constante conformou um dos mais importantes dispositivos de promoção nesse campo em nosso país: seja ao visitar, fisicamente, o acervo da Brasiliana no Itaú Cultural (IC) ou ao pesquisar, digitalmente, na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira, estamos, a cada passo ou clique, avançando por veredas trilhadas pela sede de conhecimento de Olavo.

O desenvolvimento social, à luz do pensamento de Setubal, alicerça-se em um embasamento cultural que une um dever coletivo e um direito individual. Com base nessa premissa, uma série de iniciativas (desde as dirigidas ao patrimônio material, como a formação de uma coleção histórica de acesso público, até as direcionadas ao imaterial, como a formulação de uma base de dados artística) se descortinou ao longo de décadas em que sua atuação constante conformou um dos mais importantes dispositivos de promoção nesse campo em nosso país: seja ao visitar, fisicamente, o acervo da Brasiliana no Itaú Cultural (IC) ou ao pesquisar, digitalmente, na Enciclopédia Itaú Cultural de arte e cultura brasileira, estamos, a cada passo ou clique, avançando por veredas trilhadas pela sede de conhecimento de Olavo.

Duas das esferas de ação primordiais para a consolidação de um plano de desenvolvimento social efetivo contaram com atenção específica de Setubal, comprovadamente reiterada quando de sua gestão direta à frente de estruturas de larga envergadura (como prefeito de São Paulo ou ministro federal). Desde a promoção de campanhas de vacinação até a feitura do censo escolar da rede pública, múltiplas tecnologias sociais foram empregadas com o  intuito de capacitar a sociedade para combater as agruras da vida urbana brasileira no fim do século XX: décadas antes de a governança ambiental e social se tornar modelo de gestão, Olavo já inaugurava parques públicos como ferramentas para a promoção da educação e do desenvolvimento sustentável em prol da saúde coletiva.

É notório o vigor dos empreendimentos capitaneados por Olavo Setubal. A sua condução, perspicaz e previdente, descortinou-se por diversas áreas de atuação, mantendo-se sempre na ponta de lança dos campos de conhecimento aos quais se dedicou: foi responsável por corporações reconhecidas entre as de maior valor no continente americano, organizações de relevância central quanto à empregabilidade no país e instituições cuja ação direta impacta uma das cidades mais populosas do globo (São Paulo). Dirigiu suas empresas, implementando inovações sobretudo no setor financeiro (como estruturas administrativas contábeis e estratégias de fusão bancária), até o século XXI, comandando o Conselho de Administração da Itaúsa, cargo em que atuou até os últimos dias de sua vida.

A cidade foi o laboratório de Olavo Setubal, espaço aberto para a experimentação de soluções de larga escala, mas também de cuidados específicos: em São Paulo, transformações urbanas até então impensáveis ganharam lugar. Da canalização de fluxos fluviais à escavação de vias arteriais, da expansão dos meios de locomoção rumo às regiões desconectadas da malha metroviária à pavimentação de passeios destinados à população da metrópole, a gestão de Setubal na prefeitura virou um marco no planejamento urbanístico da capital paulista, exemplo seguido por outras cidades de grande porte no país.

Olavo Setubal exerceu sua expertise, a gestão, em diversas esferas da sociedade brasileira – na escala municipal ou federal, no âmbito privado ou público: o administrador, além de um dos pilares da edificação de um sistema financeiro para a nova fase econômica do Estado brasileiro, equivaleu ao alicerce de uma outra política externa do país, a partir da rearticulação do Brasil na seara internacional (um posicionamento ativo e altivo).  Homem forte da redemocratização, tornou-se figura ímpar na transição de regime, cooperando com a criação de novos partidos políticos e colaborando com o Ministério das Relações Exteriores. Nessa pasta, empreendeu ações notáveis, como a assinatura da Convenção contra a Tortura – acordo internacional firmado com o Secretariado-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1984 –, o posicionamento ativo em repúdio ao apartheid na África do Sul, a primeira visita de um chanceler brasileiro à União Soviética, sob a égide da crítica pública quanto à corrida armamentista, e ainda o reatamento das relações diplomáticas com Cuba, ação estratégica para o reposicionamento do Brasil no contexto latino-americano, o qual resultou em um conjunto expressivo de acordos bi e multilaterais, essencial para que o país emergisse como um líder da região.