SALA 1
Ensaios para o Museu das Origens é uma comunidade de múltiplas temporalidades e matrizes, um solo fértil para a imaginação de futuros. A proposição de Mario Pedrosa convoca a pensar o museu não como lugar de armazenamento de ideias mortas, mas como laboratório experimental de ações no presente. Nesse sentido, a imagem do Brasil como terra arrasada – com sistemática falta de políticas públicas continuadas – é contraposta por diversas práticas culturais resistentes, com seus desdobramentos no tempo-espaço.
Na introdução desta sala, encontra-se um resumo do Museu das Origens tal como proposto por Pedrosa após o incêndio no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1978, ao lado de outros casos em que o registro é uma forma de recuperar memórias formadoras e saberes perdidos nos processos de colonização e de exclusão social.
Na extensão desta sala estão iniciativas que redefinem o papel das comunidades na constituição de sua imagem no âmbito das práticas museológicas e da organização de seus territórios de memória. São postas em xeque as hierarquias e separações entre o popular e o erudito a partir da presença de manifestações e populações excluídas do processo cultural hegemônico que subvertem o sentido do museu e reivindicam o aprofundamento da democracia cultural.
SALA 2
Ensaios para o Museu das Origens é uma proposição que relaciona gestos instituintes mobilizados por pessoas, coletivos e instituições que se dedicam a preservar e difundir a memória das matrizes constitutivas do Brasil. A proposta de Mario Pedrosa, disparadora desta exposição, visava aproximar conhecimentos e práticas que poderiam, em suas diferenças e especificidades, emprestar uns aos outros algo de suas forças, produzindo debates, experimentações e um campo de interpelação permanente.
Na introdução desta sala há uma referência à Bienal de São Paulo de 1961, em que Pedrosa – então diretor do Museu de Arte Moderna da cidade – articulou proposições culturais que extrapolavam os interesses dos circuitos da arte moderna e contemporânea, ao lado de obras que são índices de pensamentos inquietos sobre a cultura nacional, questionando suas bordas e seus protagonismos. Na extensão desta sala, apresentam-se gestos instituintes que colocam em questão também por quem e para quem se trabalha a memória, com quais dinâmicas de valoração e segundo quais critérios de ordenação e exposição. Está em foco, ainda, o respeito aos territórios e objetos sagrados e o reconhecimento da matriz africana como um dos pilares da nossa cultura.
SALA 3
Ensaios para o Museu das Origens é um elogio da memória que se edifica de modo coletivo. Acreditamos que uma forte premissa da proposição de Mario Pedrosa tenha sido fortalecer processos instituintes para que se formassem mais públicos, duradouros e comunitários. Ainda que muitos dos casos referenciados tenham nascido do trabalho incessante de indivíduos comprometidos com suas causas, nenhum deles seria de fato um gesto instituinte se não apontasse para a condução coletiva de suas ações e seus legados.
Na introdução desta sala, é apresentado um conjunto documental referente à atuação de Pedrosa na criação do Museu da Solidariedade, em Santiago, no Chile, o qual exemplifica a integração de uma causa coletiva como diretriz de um museu, encontrando-se aqui com evocações do trabalho colaborativo como método e pilar do pensamento museológico, incluindo a “Carta de Santiago”, marco da chamada museologia social.
Na extensão desta sala estão presentes sonoridades, musicalidades e oralidades como formas de transmissão de conhecimento. São iniciativas que vivem a memória como substância incorporada em pessoas e coletividades, ressonâncias do protagonismo de povos indígenas e diaspóricos na construção de sua própria memória e no desvelamento crítico de fluxos culturais.
SALA 4
Ensaios para o Museu das Origens é um debate sobre as políticas de memória e os movimentos instituintes. Pode-se ler a trajetória de Mario Pedrosa como a elaboração e o fortalecimento contínuos de estruturas com sentido público e político. A proposição do Museu das Origens é uma das sínteses alcançadas pelo crítico, da qual se desdobra o entendimento de que a memória possui um caráter coletivo e sistêmico, e defendê-la requer também lutar pelo direito à vida, à cidadania e à terra.
Na introdução desta sala estão manuscritos relativos à exposição Alegria de viver, alegria de criar – mergulho na produção indígena brasileira que refletiu a relevância de compreender a arte como algo implicado em uma vida comunitária –, assim como elementos que vinculam as noções de patrimônio e território.
Na extensão desta sala, apresentam-se imersões em contextos em que a terra, o saber, o modo de viver, a história, o passado e o presente estão profundamente imbricados. Nesse percurso, evidencia-se que a memória é política porque sua guarda implica a construção de direitos coletivos, e que as leis de patrimônio são ferramentas de política pública cuja efetividade está atrelada à participação dos sujeitos sociais da memória.
SALA 5
Ensaios para o Museu das Origens é uma confluência de aspectos da cultura, da política e da produção de memória. Ao reunir cinco museus em sua proposta, Mario Pedrosa procurou relacionar campos culturais e simbólicos sem adotar uma abordagem enciclopédica nem escamotear pautas e processos específicos. Nesse sentido, optamos por não segmentar os museus e os gestos instituintes em núcleos especializados, mas fazê-los conviver em atrito, deixando ressoarem desafios e táticas compartilhados e divergentes, e deflagrando também os limites das próprias categorias que poderiam enquadrá-los.
Na introdução desta sala, proposições de Pedrosa para o museu em Brasília e para o core da Universidade de São Paulo (USP), nunca concretizados, enfatizam a função pedagógica e comunitária dos museus, para além da guarda e da exposição de obras de arte. Outros registros e obras reunidos indicam que mesmo a formação do campo da arte moderna no Brasil esteve repleta de fissuras e ambivalências, sendo mais o resultado do intenso cruzamento de pensamentos, estéticas e modos de viver do que a aplicação de um rígido programa autorreferente. Na extensão desta sala, apresentam-se outras oportunidades de refletir sobre o caráter inconcluso do que seja arte, museu, origem e modernidade.
Abertura:
6 de setembro de 2023, às 20h, no Itaú Cultural.
9 de setembro de 2023, das 11h às 15h, no Instituto Tomie Ohtake.
Em ambas, permanece em cartaz até 28 de janeiro de 2024
Curadoria geral:
Izabela Pucu e Paulo Miyada
Curadoria adjunta:
Ana Roman
Curadores Convidados:
Daiara Tukano e Thiago de Paula Souza
No Itaú Cultural
De 6 de setembro de 2023 a 28 de janeiro de 2024
Avenida Paulista, 149 – próximo à estação Brigadeiro do metrô
Visitação:
De terça-feira a sábado, das 11h às 20h;
Domingos e feriados, das 11h às 19h.
Entrada gratuita
Acesso para pessoas com deficiência física
Estacionamento:
Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108. Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
Mais informações:
Pelo telefone (11)2168-1777
Whatsapp: (11)96383-1663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br
No Instituto Tomie Ohtake
De 9 de setembro de 2023, das 11h às 15h, até 28 de janeiro de 2024.
De terça a domingo das 11h às 19h.
Entrada gratuita
Av. Faria Lima, 201
Entrada pela Rua Coropés,88/Pinheiros - SP
Metrô mais próximo: Estação Faria Lima/Linha 4 – Amarela
Fone: (11)2245-1900
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