PISO -1
Soy loco por ti
A produção de Antonio Manuel na segunda metade dos anos 1960 é exemplar do potencial crítico da arte contemporânea experimental. Esse aspecto foi notado na época da realização das obras, quando episódios de censura, autocensura e silenciamento atravessaram os contextos em que Manuel atuava nos anos de acirramento da ditadura militar brasileira.
Soy loco por ti (1969) é uma das icônicas obras em que ele usa um tecido preto como veladura, o qual precisa ser suspenso pelo público para revelar uma imagem: um mapa rubro da América Latina. Exposta originalmente no Salão da bússola (MAM Rio, 1969), a obra agora é apresentada ao lado dos documentos do Museu da Solidariedade Salvador Allende, no Chile, evocando a resistência, a violência e a esperança que permearam esse continente e as trajetórias de artistas, críticos e instituições.
Brasil-imaginário
Nascido em 1928, Ubirajara Ferreira Braga viveu na região de Santos, no estado de São Paulo, antes de ser internado no Hospital Psiquiátrico do Juquery, em 1959, onde permaneceu até o seu falecimento, em 2000. Ali, ele produziu milhares de pinturas, abordando temas biográficos e eventos da história mundial e da vida social brasileira, além de aspectos do cotidiano no Juquery que abrangem desde os tratamentos médicos até o destino do Museu de Arte Osório Cesar.
Em seu mapa Brasil-imaginário, o artista traça uma geografia subjetiva, substituindo as unidades territoriais por dezenas de estados inventados: Est. Ubirajara, Est. Esquizofrênico, Est. S. Freud, Est. dos Sonhos, Est. das Sombras e muitos outros. Cria, assim, uma forte alegoria da subversão da ordem institucional pelo desejo e pela identificação do sujeito.
Barroco Mineiro
O corpo de Cristo se retorce, com músculos, membros e feição tensionados, em evocação do flagelo que lhe é afligido. Em sua dramaticidade tátil, a escultura é um forte exemplar da arte mineira colonial, conhecida como Barroco Mineiro – que foi alçada a estilo representativo da identidade nacional no século XX. Primeiramente, os modernistas guiados por Mário de Andrade em sua viagem de “redescoberta” do Brasil em 1924 elegeram Aleijadinho como personalização da miscigenação racial e cultural. Em seguida, a atuação de Rodrigo Melo Franco de Andrade à frente do recém-fundado Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan, atualmente instituto, Iphan) priorizou a pesquisa de pinturas, esculturas, documentos e edificações da arte mineira colonial, declarando-os patrimônio nacional. Nesse processo, ficção e história se confundem, alimentando discussões sobre originalidade e autenticidade.
Museu da Diversidade Sexual de São Paulo
Primeiro museu da América Latina dedicado à comunidade LGBTQIA+, o Museu da Diversidade Sexual foi criado em 2012 a partir do diálogo com movimentos sociais cuja luta por direitos e pela memória já pulsava há décadas. Um dos marcos dessa história é o primeiro cartaz para a prevenção da transmissão do HIV – distribuído pelo Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS em 1986. Outro, a realização da primeira Parada do Orgulho Gay, em junho de 1997, com o slogan “Somos muitos, estamos em todas as profissões". Atualmente, o Museu fortalece sua missão de promover a transformação social com a apresentação de ações em outros estados do país, como o projeto Gilda, você deixou saudades, de Guilherme Jaccon, homenagem à icônica travesti que fez parte da história da Boca Maldita, contexto de intensas trocas de sociabilidade e encontro na cidade de Curitiba.
Museu de Arte Negra (MAN)/ Ipeafro
A exposição inaugural da coleção do Museu de Arte Negra (MAN) ocorreu em 1968, no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS/RJ), publicizando um projeto amadurecido por décadas por Abdias Nascimento – que introduziu o Brasil nos debates pan-africanos, propôs o quilombismo e convocou a sociedade brasileira para confrontar aspectos do racismo até então silenciados.
A proposta do MAN emergiu em 1950, durante o I congresso do negro brasileiro, organizado pelo Teatro Experimental do Negro. Meses após a mostra no MIS/RJ, Abdias teve de se exilar do país, e o museu tornou-se um dos muitos projetos cujo crescimento orgânico foi interrompido pelo regime militar. As reflexões acumuladas em torno do MAN e também do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) tornaram-se referências seminais para a cultura afrodiaspórica no Brasil e no mundo.
Bienal de 1961
A 6ª Bienal Internacional de São Paulo, sob curadoria de Mário Pedrosa, reuniu 4990 trabalhos entre 50 delegações nacionais e salas especiais, além de mostras de arquitetura, teatro e arte gráfica. Propondo-se a ser a “manifestação artística de maior universalidade do mundo”, a Bienal expôs pela primeira vez lado a lado afrescos em estilo bizantino, esculturas africanas, pintura japonesa tradicional, esculturas do barroco paraguaio, arte moderna, entre outras expressões artísticas. Uma universalidade tanto geográfica quanto temporal, em um gesto que simultaneamente alargava o conceito de arte contemporânea e o retirava de um lugar de centralidade. Com sua ambição e radicalidade, a proposta foi incompreendida pelos críticos da época, que ignoraram o convite para se repensar o sentido político, social, cultural e comunitário da arte.
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Ikoko
Nem sempre a entrada de objetos em acervos é acompanhada de registros escritos sobre seus propósitos. No caso deste recipiente repleto de furos, chamado ikoko, sabe-se que se trata de uma das 200 peças originárias do Golfo do Benim, na costa ocidental da África, reunidas pelo fotógrafo francês Pierre Verger e base do acervo da Casa do Benin, instituição inaugurada em 1988 em um casarão reformado por Lina Bo Bardi no Pelourinho, Salvador (BA). Sobre seu uso original, é conhecido apenas o que foi relatado por um visitante a um educador do museu: nascido no Benim, ele contou que teria existido no país o hábito de mandar as crianças buscarem água com tal recipiente, tarefa em que estavam destinados a falhar até que tapassem simultaneamente todos os buracos com seus dedos, aprendendo a formar um corpo coletivo.
Mesa-redonda de Santiago do Chile
Em 1972, durante o governo de Salvador Allende, foi realizada a Mesa-redonda de Santiago do Chile, evento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria com o Conselho Internacional de Museus (Icom), com a participação de representantes de 13 países latino-americanos. A urgência em criar modos de organização do conhecimento em oposição ao modelo eurocêntrico e colonial impulsionou a reelaboração da vocação do museu, tornando-o um espaço participativo de transformação social, um museu integral – nome dado em referência às proposições pedagógicas de Paulo Freire.
O conceito de museu integral foi um dos fundamentos da museologia social, que hoje articula iniciativas gestadas a partir de seu território e como parte dele, centradas na ação comunitária e comprometidas com a construção de memórias e lutas coletivas por direitos.
Museu da Solidariedade
Formar um acervo com doações de artistas foi uma das missões do Museu da Solidariedade, criado em homenagem ao povo chileno e ao experimento socialista capitaneado por Salvador Allende entre 1970 e 1973. A convite do presidente, Mario Pedrosa ficou responsável por dirigir o museu e por fundar o conselho de críticos que deveria contatar artistas de diversas nacionalidades para garantir as doações. Em pouco mais de um ano, a instituição recebeu cerca de 900 obras de artistas que acreditaram que a criação artística deveria estar a serviço da coletividade, e não restrita a coleções em países ricos. Pedrosa dizia que o museu representava a “vitória sobre a pobreza, a rotina, o mercantilismo e um pequeno passo em direção a um novo condicionamento social para a arte em sua relação com os trabalhadores, as minorias condenadas”.
Este texto e a seleção de documentos relativos ao Museu da Solidariedade são uma colaboração da pesquisadora Luiza Mader Paladino.
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Museu da Imagem Itinerante da Maré (Miim)
Criado em 2019 pelo fotógrafo Francisco Valdean, o Museu da Imagem Itinerante da Maré (Miim) cabe em uma caixa de 37 centímetros de comprimento por 26 centímetros de largura. Diferente de um museu tradicional, o museu-caixa se desloca até o público, circulando por casas, bares, escolas e ONG, entre outros espaços, principalmente na Maré, maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro (RJ).
Síntese de sua pesquisa de doutorado e de sua experiência como morador da Maré e fotógrafo, o acervo formado por Valdean apresenta a cultura, a política e a vida cotidiana desse território desde a sua formação, nos anos 1940, até os dias atuais, lançando uma contranarrativa às imagens de violência a ele associadas que circulam excessiva e indiscriminadamente na mídia. Estão aqui expostas a Fototeca da Maré e a Biblioteca Popular da Maré, com fotografias, publicações e documentos.
Glossário de grafismos Baniwa
Os Baniwa vivem na região do Alto Rio Negro, num território hoje distribuído entre o Brasil, a Colômbia e a Venezuela. Sua produção cerâmica é conhecida pela coloração clara e pela variedade de padrões gráficos vermelho-alaranjados. Os desenhos, muitas vezes associados a elementos naturais, têm nomes próprios e múltiplas significações. Diante da constatação da perda de aspectos de sua prática ceramista, os Baniwa, em diálogo com um corpo de pesquisadores, organizaram visitas ao Museu do Índio com o objetivo de conhecer peças antigas de seu povo. Em uma oficina que teve o museu como espaço de mediação entre temporalidades, os participantes retomaram modos de fazer, trocaram conhecimentos orais e terminaram por doar para o acervo cem novas peças, além de realizarem uma espécie de dicionário iconográfico da sua cerâmica.
Carta aberta
André Bastos foi um homem preto criado no subúrbio do Rio de Janeiro. Frequentador assíduo da vida cultural da cidade, formou-se fisioterapeuta e tornou-se servidor público. No início dos anos 2000, teve sua primeira crise psicótica e foi internado em diferentes hospitais psiquiátricos até chegar à Colônia Juliano Moreira, onde passou a frequentar o Atelier Gaia e o Museu Bispo do Rosario. Em 2016, com a equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Neusa Santos Souza, ele iniciou um plano de desinstitucionalização com lógica antimanicomial, que o levou a morar em um Serviço Residencial Terapêutico (SRT) em 2020, com outros cinco pacientes.
Antenado politicamente, André Bastos frequentava as assembleias do Caps e reivindicava melhores condições para o campo da saúde mental e para o SRT onde morava. Ao se colocar em trabalho terapêutico, decidiu usar a arte para contar ao mundo sobre a vida naquele local, realizando uma carta pública em áudio e fotografias. Com a terapeuta ocupacional, Marina Bistriche Giuntini, ele elaborou esse material na forma de uma carta em vídeo. André não pôde ver a ampla difusão de seu depoimento, pois acabou sendo hospitalizado e faleceu em dezembro de 2021.
Museu das Origens
A proposta de fundação do Museu das Origens foi idealizada por Mario Pedrosa no contexto das manifestações para a reconstrução do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) após o incêndio de 1978. Essa proposta continua atual por indicar caminhos para o que hoje entendemos como a descolonização das instituições e dos sistemas da arte rumo à democracia cultural. Imbuído de uma ideia complexa de “origem”, em um contexto marcado por processos colonizadores, Pedrosa defendeu a reunião de cinco museus que compartilhariam a mesma estrutura. Colocou em pauta também a participação da arte no quadro geral da sociedade e nos debates pela redemocratização do Brasil após 21 anos de ditadura militar. Apesar da tragédia, o crítico viu naquele momento uma oportunidade para recriar o museu e reivindicar noções outras de arte e artista, como já havia feito em 1966 ao propor o conceito de pós-modernidade.
Pau-brasil
Tarsila do Amaral
O “Manifesto da poesia pau-brasil” (1924) e o livro de poemas Pau-brasil (1925), de Oswald de Andrade, conformam um núcleo caracterizante do Modernismo paulista ao sintetizarem o projeto ambivalente de apropriação tanto de recursos das vanguardas europeias quanto de raízes ambientais, sociais e raciais brasileiras. Tarsila do Amaral contribuiu diretamente para o livro, com desenhos reproduzidos entre os grupos de poemas.
O desenho que antecede a dedicatória traz um rosto entre o humano e o vegetal, máscara e coroa, fruto e flor. Sua combinação de simbologias antecipa os versos do poema “Falação”, impresso algumas páginas adiante: “Contra a argúcia naturalista, a síntese. Contra a cópia, a invenção e a surpresa. [...] Bárbaros, pitorescos e crédulos. Pau-brasil. A floresta e a escola. A cozinha, o minério e a dança. A vegetação. Pau-brasil”.
Alegria de viver, alegria de criar
Alegria de viver, alegria de criar foi concebida por Mario Pedrosa logo após o seu retorno do exílio, em 1977. Pensada em diálogo com Lygia Pape, a exposição não se configurava como um gesto de retorno ao primitivo, mas buscava apresentar o modo de organização social dos povos indígenas como paradigma para a renovação social do Brasil em meio à luta pela redemocratização. Em entrevista à revista Arte Hoje, ele destacou a independência dos indígenas dos sistemas econômicos capitalistas. Organizada em núcleos, a mostra ocuparia todos os espaços expositivos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), com mais de mil peças de acervos brasileiros e estrangeiros, públicos e particulares. Em 1978, no entanto, ela foi cancelada em decorrência do incêndio no museu.
Museu das Remoções
A Vila Autódromo é uma comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ) que se formou, nos anos 1960, como uma colônia de pescadores, crescendo ao longo das décadas até que, por ocasião dos Jogos olímpicos de 2016, as pressões da especulação imobiliária se multiplicaram e levaram à remoção de mais de 77 mil pessoas dali. Após um intenso processo de resistência, apenas 20 famílias permaneceram, e suas habitações conformaram o alicerce do Museu das Remoções, um museu de território que preserva uma história de luta pelo direito à cidade.
A instituição não é apenas um espaço físico, mas uma iniciativa viva que se espalha pelo território geográfico, imaginário e midiático da Vila Autódromo. Sua força está em seu acervo, que vai além de documentos e de vestígios materiais, abrangendo as vozes, as memórias e as rotinas dos moradores da comunidade.
Associação Cultural Quilombaque
“Firmeza permanente” é o lema de práticas de ação política direta, constante e pacífica na luta por justiça e pela garantia de direitos sociais da Comunidade Cultural Quilombaque e de movimentos sociais do distrito de Perus, na Zona Norte de São Paulo.
Essa luta inspira-se em uma greve histórica ocorrida na região, quando trabalhadores da maior fábrica de cimento do país pararam suas atividades por sete anos, entre 1962 e 1969. Mais tarde, o mesmo espaço foi marcado por insurreições pioneiras contra o racismo ambiental, e, já em 2009, um grupo de jovens criou o Quilombaque, que aposta na potência da arte para o enfrentamento e a transformação da realidade. Hoje, essa comunidade demanda a reapropriação e a destinação para uso e fim públicos da antiga fábrica de cimento que iniciou essa história 60 anos atrás.
Roupas velhas Kanindé
Estes trajes, feitos com roupas usadas nas quais se costuraram penas de galinha e de outras aves, foram confeccionados para esta exposição segundo o mesmo processo empregado nas vestimentas usadas pelo povo indígena Tremembé durante o período de reconhecimento da Terra Indígena Tremembé de Almofala, no Ceará, em 1995.
Algumas das peças originais vestidas na luta pelo direito à terra e à vida são hoje parte importante do acervo do Museu Kanindé – o primeiro museu indígena criado e gerido por sua comunidade a ser inaugurado no Ceará, em 1995, e o segundo dessa natureza no Brasil. Um espaço de memória que retrata a história e a cultura viva dos Kanindé por meio de seus objetos, de projetos em educação escolar indígena e de ações que entendem a museologia a partir de uma perspectiva coletiva.
Aquisições Bienal de São Paulo
Uma linha atravessa a história do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), da Bienal de São Paulo e do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), perpassando a formação da coleção do primeiro (1948) – que recebia aquisições por meio das premiações realizadas no evento desde 1951 – até a sua doação para a USP, o que desencadeou a criação do MAC, em 1963.
Essa época costuma ser vista como a chegada triunfante das vanguardas abstratas de matriz concretista ao Brasil. No entanto, uma observação de perto da coleção indica um cenário de sobreposição e atrito entre múltiplos interesses e perspectivas. Na Bienal de 1953, por exemplo, foram simultaneamente premiados Alexandre Wollner, e sua adesão ao Concretismo; Di Cavalcanti, protagonista do Modernismo de temática social; e Alfredo Volpi, elogiado pelos concretistas por sua síntese compositiva e cromática.
Djanira no MAM Rio
Fazenda de chá no Itacolomi (1958) levou quase cinco décadas para estar em condições de ser exposta após o incêndio ocorrido no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), em 1978. Filha de mãe austríaca e de pai indígena, Djanira começou a pintar quando foi internada em um sanatório paulista. Chegando ao Rio de Janeiro, em 1939, ela administrou uma pousada, em que conviveu com uma geração de artistas modernos. Isso deu origem a uma viagem de estudos nos Estados Unidos e outra pelo Brasil, em busca de culturas e ofícios populares. Ao longo desse arco, sua produção foi lida ora como ingênua, ora como uma espécie de atualização do projeto modernista de mapeamento das origens nacionais. Sua legitimação institucional confirmou-se na retrospectiva que realizou no MAM Rio em 1958, um marco do caráter ambivalente da modernidade que se desenhava na formação do museu.
Formas naturais
Os projetos de exposição permanente que Lina Bo Bardi realizou após a inauguração do Museu de Arte Moderna da Bahia elucidam sua perspectiva museológica. Dentre eles, destacam-se o de Formas e escultura, depois chamada Formas naturais – mostra em que raízes de mandioca, cristais e outras pedras eram expostos em diálogo com a produção de diferentes artistas modernos (em uma das fotos, veem-se as bailarinas de Degas ao lado dessas peças), de modo a elucidar o gesto artístico, a passagem das matérias brutas e dos objetos cotidianos para o mundo da arte; e o de Nós e o passado, em que uma obra histórica, de séculos passados, era exibida em destaque contra uma cortina sonora como posição crítica que visava discutir o moderno como consequência de um processo histórico.
Proposta para o Museu de Brasília (1958)
Parecer sobre o core da Cidade Universitária
(1962)
Mario Pedrosa elaborou dois projetos que expandem e questionam o papel do museu de arte, destacando a sua função pedagógica. Em 1958, em carta a Oscar Niemeyer, então encarregado de projetar um museu para Brasília, ele propôs que, em vez de obras de arte únicas, fosse concebido um acervo de cópias, de reproduções de alta qualidade que percorressem toda a história da arte. Em 1962, à época diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e presenciando o processo de doação do acervo do museu à Universidade de São Paulo (USP), Pedrosa elaborou um parecer sobre o core do local, um centro cívico que funcionaria como coração da Cidade Universitária. Ao lado da reitoria e de uma biblioteca, o museu faria do convívio com a arte um laboratório de pesquisa continuada, capaz de agregar diversos estudantes, professores e campos do conhecimento.
Mês das Crianças e dos Loucos
Fundado em 1932 por Flávio de Carvalho, Antonio Gomide, Carlos Prado e Di Cavalcanti, o Clube dos Artistas Modernos (CAM) surgiu como um espaço autogerido que pretendia renovar o caráter antiacadêmico e experimental da arte moderna. Além de liderar as declarações públicas sobre o clube, Flávio de Carvalho concebeu, ao lado do médico psiquiatra Osório Cesar – pioneiro nas pesquisas sobre arte e psiquiatria no Brasil –, o Mês das crianças e dos loucos (1934), com uma exposição e um ciclo de conferências, reunindo desenhos, pinturas e esculturas feitos por pacientes do Hospital Psiquiátrico do Juquery e por alunos de escolas públicas paulistanas. A iniciativa foi pioneira no questionamento das referências e dos recortes das artes visuais.
Abertura:
6 de setembro de 2023, às 20h, no Itaú Cultural.
9 de setembro de 2023, das 11h às 15h, no Instituto Tomie Ohtake.
Em ambas, permanece em cartaz até 28 de janeiro de 2024
Curadoria geral:
Izabela Pucu e Paulo Miyada
Curadoria adjunta:
Ana Roman
Curadores Convidados:
Daiara Tukano e Thiago de Paula Souza
No Itaú Cultural
De 6 de setembro de 2023 a 28 de janeiro de 2024
Avenida Paulista, 149 – próximo à estação Brigadeiro do metrô
Visitação:
De terça-feira a sábado, das 11h às 20h;
Domingos e feriados, das 11h às 19h.
Entrada gratuita
Acesso para pessoas com deficiência física
Estacionamento:
Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108. Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
Mais informações:
Pelo telefone (11)2168-1777
Whatsapp: (11)96383-1663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br
No Instituto Tomie Ohtake
De 9 de setembro de 2023, das 11h às 15h, até 28 de janeiro de 2024.
De terça a domingo das 11h às 19h.
Entrada gratuita
Av. Faria Lima, 201
Entrada pela Rua Coropés,88/Pinheiros - SP
Metrô mais próximo: Estação Faria Lima/Linha 4 – Amarela
Fone: (11)2245-1900
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Pelo Itaú Cultural:
Conteúdo Comunicação
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