Um grupo afro-brasileiro gestado
por mãe e filho em um terreiro

Mãe Hilda Jitolu autorizou o uso do espaço do seu terreiro para as atividades do bloco.
O seu filho, Antonio Carlos dos Santos Vovô, largou o seu próspero emprego no polo
petroquímico e firmou o seu pé para dar vida ao bloco Ilê Aiyê.

Foi o apoio e a permissão de Hilda Dias dos Santos (Salvador, 1923-2009), Mãe Hilda Jitolu, ialorixá (sacerdotisa líder em iorubá) do terreiro Ilê Axé Jitolu, que possibilitaram a existência do Ilê Aiyê. Foi ela que cedeu espaço do seu terreiro para as atividades do bloco e que, na primeira saída, se postou à frente de todos alegando que, se a violência policial da ditadura militar reprimisse o cortejo – atitude que era recorrente com a comunidade negra –, ela estaria ali para defender seus filhos e os filhos dos vizinhos e conhecidos que confiaram os filhos a seu filho Antonio Carlos dos Santos Vovô e seria ela a primeira a ir para a cadeia.

 

Depois disso, foi Mãe Hilda também que insistiu para que o bloco atuasse para além do Carnaval, em atividades pedagógicas e sociais. Assim, surgiu a Escola Mãe Hilda, uma instituição de ensino formal que, em sua grade curricular, insere conteúdos sobre a cultura negra e africana durante o ano todo para as crianças do Curuzu; o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê, a Escola de Percussão, Canto e Dança Band'Erê, a Escola  Profissionalizante do Ilê Aiyê e o projeto Dandarerê (para a terceira idade). Todos seguem ativos. Outro preceito deixado pela matriarca e seguido à risca até hoje é a interdição dos rituais de santo no cotidiano do bloco – nas músicas, danças e roupas. Para descer do orum, o céu, para o aiyê, a terra, os ritos são recriados. E em todos persistem os ecos do sagrado.

 

Antonio Carlos dos Santos Vovô (Salvador, 1952) é presidente e fundador do Ilê Aiyê, uma lenda do Carnaval baiano e importante personalidade do movimento negro brasileiro. O apelido vem da infância, quando ia para a escola vestindo um terno maior que o seu tamanho, e, mais tarde, é oficialmente registrado como parte de seu nome.

 

No primeiro Carnaval do Ilê Aiyê, Vovô saiu tocando um timbal. Conhecia bem os tambores e seus poderes sagrados. Ogã (sacerdote) mais velho do terreiro Ilê Axé Jitolu, é lembrado por sua beleza e alegria, o mais belo dos belos da Liberdade. Seus irmãos, Dete Lima (Salvador, 1952), Vivaldo Benvindo (Salvador,1954) e Hildelice dos Santos (Salvador, 1960), integram o bloco desde a fundação e ocupam lugar de destaque na organização. Seus filhos, sobrinhos, vizinhos, todos se juntaram ao Ilê, que irradia e se propaga em seu entorno.

 

Nos anos 1970, no auge da juventude, ele tinha um próspero emprego no polo petroquímico de Salvador, que resolveu abandonar assim que o bloco começou a ser maior que o esperado. Mãe Hilda o apoiou na decisão e o que ele pensou para o Carnaval deu sentido à vida de seus familiares, produziu orgulho em uma comunidade, propagou a beleza de um povo.

 

Mãe Preta

Um dos arquétipos femininos dentro do Ilê Aiyê é a Mãe Preta: negra, mulher, que sustenta a prole, a casa, a comunidade. Mãe Hilda é exemplo dessa mulher. Marielle Franco. Ruth de Souza. Lélia Gonzalez. Leci Brandão. Ayabás. Rainhas. Guerreiras.

 

A expressão surge na colônia, quando as mulheres escravizadas eram obrigadas a amamentar a prole dos donos brancos. No dia 28 de setembro de 1871 foi assinada a Lei do Ventre Livre, que garantia a liberdade de todos os filhos de mulheres escravizadas nascidos a partir dessa data. O dia ficou associado à Mãe Preta.

 

Desde 1979, o Ilê Aiyê promove eventos relacionados ao tema. Em 1980, quando Mãe Hilda completou 30 anos de santo (festividade religiosa), foi homenageada com a música “Mãe Preta”, que é sempre lembrada no aniversário da lei. As comemorações são mantidas até hoje e integram a grade curricular da Escola Mãe Hilda.

 

 

 

< Home

Serviço

Ocupação Ilê Ayê

Abertura: 3 de outubro (quarta-feira), às 20h

Encerramento: 6 de janeiro de 2019

Terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h
(permanência até as 20h30)

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Piso térreo

Classificação indicativa: Livre

 

 

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones: 11. 2168-1777

Acesso para pessoas com deficiência

Ar condicionado

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

     

Assessoria de Imprensa: Conteúdo Comunicação

Fone:  +55 11 5056-9800

 

No Itaú Cultural:

Fone: 11.2168-1950

Carina Bordalo (programa Rumos)

Fone: 11.2168-1906

Serviço

 

Ocupação Ilê Ayê

Abertura: 3 de outubro (quarta-feira), às 20h

Encerramento: 6 de janeiro de 2019

Terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h
(permanência até as 20h30)

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Piso térreo | Classificação indicativa: Livre

 

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones: 11. 2168-1777

Acesso para pessoas com deficiência | Ar condicionado

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

     

 

Assessoria de Imprensa: Conteúdo Comunicação

 

No Itaú Cultural:

Fone: 11.2168-1906

 

 

2018 - DESENVOLVIDO PELA CONTEÚDO COMUNICAÇÃO

 

Um grupo afro-brasileiro gestado
por mãe e filho em um terreiro

Mãe Hilda Jitolu autorizou o
uso do espaço do seu terreiro
para as atividades do bloco.
O seu filho, Antonio Carlos dos Santos Vovô, largou o seu próspero emprego no polo petroquímico
e firmou o seu pé para dar vida
ao bloco Ilê Aiyê.

 

Foi o apoio e a permissão de Hilda Dias dos Santos (Salvador, 1923-2009), Mãe Hilda Jitolu, ialorixá (sacerdotisa líder em iorubá) do terreiro Ilê Axé Jitolu, que possibilitaram a existência do Ilê Aiyê. Foi ela que cedeu espaço do seu terreiro para as atividades do bloco e que, na primeira saída, se postou à frente de todos alegando que, se a violência policial da ditadura militar reprimisse o cortejo – atitude que era recorrente com a comunidade negra –, ela estaria ali para defender seus filhos e os filhos dos vizinhos e conhecidos que confiaram os filhos a seu filho Antonio Carlos dos Santos Vovô e seria ela a primeira a ir para a cadeia.

 

Depois disso, foi Mãe Hilda também que insistiu para que o bloco atuasse para além do Carnaval, em atividades pedagógicas e sociais. Assim, surgiu a Escola Mãe Hilda, uma instituição de ensino formal que, em sua grade curricular, insere conteúdos sobre a cultura negra e africana durante o ano todo para as crianças do Curuzu; o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê, a Escola de Percussão, Canto e Dança Band'Erê, a Escola  Profissionalizante do Ilê Aiyê e o projeto Dandarerê (para a terceira idade). Todos seguem ativos. Outro preceito deixado pela matriarca e seguido à risca até hoje é a interdição dos rituais de santo no cotidiano do bloco – nas músicas, danças e roupas. Para descer do orum, o céu, para o aiyê, a terra, os ritos são recriados. E em todos persistem os ecos do sagrado.

 

Antonio Carlos dos Santos Vovô (Salvador, 1952) é presidente e fundador do Ilê Aiyê, uma lenda do Carnaval baiano e importante personalidade do movimento negro brasileiro. O apelido vem da infância, quando ia para a escola vestindo um terno maior que o seu tamanho, e, mais tarde, é oficialmente registrado como parte de seu nome.

 

No primeiro Carnaval do Ilê Aiyê, Vovô saiu tocando um timbal. Conhecia bem os tambores e seus poderes sagrados. Ogã (sacerdote) mais velho do terreiro Ilê Axé Jitolu, é lembrado por sua beleza e alegria, o mais belo dos belos da Liberdade. Seus irmãos, Dete Lima (Salvador, 1952), Vivaldo Benvindo (Salvador,1954) e Hildelice dos Santos (Salvador, 1960), integram o bloco desde a fundação e ocupam lugar de destaque na organização. Seus filhos, sobrinhos, vizinhos, todos se juntaram ao Ilê, que irradia e se propaga em seu entorno.

 

Nos anos 1970, no auge da juventude, ele tinha um próspero emprego no polo petroquímico de Salvador, que resolveu abandonar assim que o bloco começou a ser maior que o esperado. Mãe Hilda o apoiou na decisão e o que ele pensou para o Carnaval deu sentido à vida de seus familiares, produziu orgulho em uma comunidade, propagou a beleza de um povo.

 

Mãe Preta

Um dos arquétipos femininos dentro do Ilê Aiyê é a Mãe Preta: negra, mulher, que sustenta a prole, a casa, a comunidade. Mãe Hilda é exemplo dessa mulher. Marielle Franco. Ruth de Souza. Lélia Gonzalez. Leci Brandão. Ayabás. Rainhas. Guerreiras.

 

A expressão surge na colônia, quando as mulheres escravizadas eram obrigadas a amamentar a prole dos donos brancos. No dia 28 de setembro de 1871 foi assinada a Lei do Ventre Livre, que garantia a liberdade de todos os filhos de mulheres escravizadas nascidos a partir dessa data. O dia ficou associado à Mãe Preta.

 

Desde 1979, o Ilê Aiyê promove eventos relacionados ao tema. Em 1980, quando Mãe Hilda completou 30 anos de santo (festividade religiosa), foi homenageada com a música “Mãe Preta”, que é sempre lembrada no aniversário da lei. As comemorações são mantidas até hoje e integram a grade curricular da Escola Mãe Hilda.

 

 

 

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Abertura: 3 de outubro (quarta-feira), às 20h

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(permanência até as 20h30)

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 na recepção do Itaú Cultural:

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