linha do tempo

Expressão artística com lastro milenar data das pinturas rupestres

Não é de hoje que a arte urbana está em paredes e muros das cidades. Há registros do gênero datados de 40 mil anos antes de Cristo. Passam pelo Antigo Egito e a arte popular romana em um rastro visto, ainda, na Paris de 68, nos trens suburbanos de NY. Ela desemboca no Brasil nos anos 1970 com Alex Vallauri (1949-1987). Confira na linha do tempo que estará na mostra.

Pinturas rupestres (Cerca de 40 mil a.C.)

Cenas que narram o cotidiano de um grupo social, com suas lutas e glórias, foram as primeiras formas de pinturas feitas pela humanidade, com as paredes das cavernas como suporte. Houve também quem optou por soprar a tinta por entre os dedos e registrar o contorno de suas mãos, criando assim uma primeira versão do que hoje conhecemos por estêncil.

Antigo Egito (Cerca de 2500 a.C.)

Muito do que veio a formar as sociedades do mundo ocidental nasceu ali, às margens do Nilo. Um dos legados da civilização egípcia foi a documentação de sua cultura, dos costumes e do dia a dia de sua população. Os registros existem em paredes que ainda hoje nos fascinam, milênios depois. 

Arte Popular Romana (cerca de 62 d.C.)

Quando a erupção do Vesúvio devastou a cidade de Pompeia, no ano 79, a lava levou consigo também diversas frases e desenhos que adornavam suas paredes - já foram escavados mais de 11 mil exemplares só naquela região. A prática, frequente em todo Império Romano, era também a única oportunidade de expressão do cidadão comum.

Muralismo mexicano (Início do século 20)

Após o fim de uma ditadura militar, a Revolução Mexicana soprou novos ares também criativos no país, que viu surgir painéis que contavam a história da nação, enalteciam suas ancestralidades e promoviam a luta contra as desigualdades sociais. Ruas e prédios eram decorados com arte de cunho popular para todos verem.

Trens de Nova York (Final da década de 1960)

O bairro do Bronx, na periferia da cidade, ganhou traços e cores à medida em que crescia um sentimento de inquietação com as desigualdades e violências contra sua população marginalizada. Os trens, assinados com uma grafia inédita, logo se tornaram ícones deste novo movimento, que se espalharia pelas ruas de Nova York com grande fôlego pelos próximos anos.

Paris, Maio de 68 (1968)

Do outro lado do Atlântico, a França era palco de movimentos estudantis que ficaram marcados pela presença de pichações, principalmente nas universidades. Nas ruas, os estêncils ganhavam força como uma forma de arte característica deste novo tempo, ao lado de pôsteres e murais que ajudaram a construir o imaginário da street art ao redor do globo.

Um grafiteiro na Bienal (1971)

Nascido na Etiópia e radicado em São Paulo, o artista gráfico Alex Vallauri (1949-1987) conseguiu entrar pela porta da frente em uma das maiores instituições de arte do país, a Bienal de São Paulo. Participante de quatro edições entre 1971 e 1985, Vallauri tornou-se referência para uma nova (e ainda pouco aceita) arte urbana, que pretendia, em suas palavras, “enfeitar a cidade” e “transformar o urbano com uma arte viva [e] popular”.

Movimento de street art (1978)

Em 1978, existia no Brasil um movimento de street art protagonizado por artistas como Carlos Matuque, Jaime Prades e o grupo Tupy Não Dá, que realizaram diversas intervenções urbanas e também ocupavam muitas ruas da capital paulista.

Nasce uma cena (Meados da década de 1980)

Dos deslocamentos de dois grupos marginalizados – o hip hop da São Bento e o skate, que chegou a ser criminalizado nas ruas de São Paulo em 1988 –, o grafite começou a unir pessoas influenciadas pelos movimentos em Nova York e em Paris. Juntos, esses jovens paulistanos lutariam por espaço, reconhecimento e legitimidade na arte da cidade.

Primeiras parcerias (Início da década de 1990)

A nova década chegou com novas oportunidades para o universo do grafite na cidade. A prefeitura incentivou a prática, cedendo materiais e espaços físicos para a produção dos grafiteiros, como forma de oferecer uma alternativa às pichações. Alguns trabalhos eram também remunerados. Em paralelo, o hip hop foi fomentado pela Secretaria de Cultura e o skate, finalmente, legalizado.

Mostra Paulista de Graffiti no MIS (1992)

Em 1992 aconteceu a 1ª Mostra Paulista de Graffiti no MIS - Museu da Imagem e do Som, em São Paulo (SP).

Grafite na mídia (Meados dos anos 1990)

Com uma cena em São Paulo já consolidada, o grafite no Brasil teve sua popularidade expandida também pelos meios de comunicação em massa, dentre eles revistas especializadas como “Ëpidemia”, a publicação independente “Fiz”, fundada por OSGEMEOS, e a revista “Graffiti”, editada por Binho Ribeiro e distribuída pela Editora Scala em todo o Brasil durante 10 anos, multiplicando o acesso aos artistas e eventos da cena. Na mesma época, a TV Globo exibiu a novela “Vila Madalena” (1999), que tinha como cenário a efervescência cultural do bairro de mesmo nome - epicentro da arte urbana na capital.

Intercâmbio Brasil-Chile (1996)

Quando Binho, Tinho, Speto, OSGEMEOS e Vitché chegaram à Santiago para grafitar em um evento de hip hop, a notícia repercutiu nos círculos de grafite de todo o país como um novo marco para o desenvolvimento dessa arte no Brasil. Ao mesmo tempo, no Chile, houve uma nova valorização para essa atividade e não tardou para que logo começasse uma nova era de idas e vindas de grafiteiros entre os dois países.

Evento Ruas no Itaú Cultural (2006)

Em 2006, o Itaú Cultural (IC) apresentou o evento Ruas. Além de performance circense, teatro, música eletrônica, rap e vídeos, também aconteceram oficinas de hip-hop, ações de pintura e palestra/debate sobre grafite com OSGEMEOS. Na ocasião, artistas como Binho  Ribeiro, Onesto, Flip, Titi Freak e Boleta, grafitaram placas na lateral do edifício do IC e painéis que foram dispostos dentro do prédio.

CPTM 30 horas de arte (2006)

Com painéis e intervenções urbanas instaladas nos muros das estações, uma grande exposição de arte pública foi criada com o objetivo de humanizar a paisagem que acompanha a linha do trem e aproximar a CPTM de seus usuários. O mutirão artístico, coordenado por Binho Ribeiro e Bonga, reuniu cerca de 150 artistas do grafite vindos de diversas partes do país.

Pintura dos muros do túnel da Paulista em homenagem a colônia japonesa (2007)

As avenidas Doutor Arnaldo, Paulista e Rebouças, complexo conhecido como o “Túnel da Paulista”, se tornou tela em homenagem as comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil e parte dos festejos dos 453 anos da cidade de São Paulo. O programa Olhar Nascente elaborou o maior mural de grafite da América Latina, onde cerca de 140 artistas criaram um painel com 430 metros lineares em 2.200 metros quadrados.

Mulheres grafiteiras (2007)

Também em 2007 surgiu as Noturnas, grupo formado pelas grafiteiras Tikka, Prila, Zeila e Kátia Suzuê. Nos dois anos seguintes, entraram para o grupo Keila, Yá, Pan e Miss. Juntas, elas coloriram as ruas e o grupo se tornou a primeira crew* de mulheres na cidade de São Paulo.

Bienal Internacional de Graffiti em Belo Horizonte (2008)

Em 2008 aconteceu a 1ª Bienal Internacional de Graffiti, em Belo Horizonte, que reuniu artistas de diferentes países para um fórum internacional sobre este tipo de arte, por meio de atividades como debates, intervenções urbanas, workshops e exposições.

Museu de Arte de São Paulo (2009)

140 mil visitantes. Esse foi o público da mostra “De dentro para fora / De fora para dentro”, que levou a obra de Daniel Melim, Ramon Martins, Titi Freak e outros expoentes da arte contemporânea com experiência na arte de rua para dentro do MASP, conhecido ícone da elite cultural paulistana. Também em 2009, a Graffiti Fine Art teve sua primeira edição no Museu Brasileiro da Escultura - MuBE, com cerca de 50 artistas. Hoje, a Bienal Internacional GFA conta com mais de cinco edições, sendo uma das mais completas exposições de arte de rua do mundo.

A cidade abraça a arte (Início dos anos 2010)

Em 2011, a prisão de onze grafiteiros – absolvidos após a conclusão de que sua atividade não era vandalismo, mas um benefício para a cidade – ganhou repercussão e a Secretaria de Cultura de São Paulo patrocinou a criação do Museu Aberto de Arte Urbana. Uma das avenidas mais importantes para o trânsito da capital paulista, a 23 de Maio é também a sede do maior mural de grafite a céu aberto do mundo. 

MAR - Museu de Arte de Rua (2017)

A Avenida 23 de Maio, que serve como o eixo do corredor norte-sul de São Paulo, possuía uma extensa coleção de murais, que foram apagados por uma nova prefeitura. A ação gerou enorme repercussão negativa e levou a Secretaria de Cultura à criação do MAR (Museu de Arte de Rua), com a viabilidade do projeto prevista em lei, independente das próximas mudanças de governo.

Além das ruas (2023)

Itaú Cultural convida Binho Ribeiro para a curadoria e exposição Além das ruas: histórias do graffiti, que reúne e organiza diferentes vivências e perspectivas sobre a arte das ruas e seu lugar dentro do panorama artístico e cultural no Brasil e no mundo.

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De 6 de maio, a partir das 11h, a 30 de julho
Terça-feira a sábado, das 11h às 20h
Domingos e feriados das 11h às 19h

Concepção e realização: Itaú Cultural
Curadoria: Binho Ribeiro

Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149 – próximo à estação de metrô Brigadeiro / Piso térreo
Entrada: gratuita
Acesso para pessoas com deficiência física
Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108. Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Informações: pelo telefone (11) 2168-1777
Whatsapp: (11) 963831663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br

Shows
DJ Livea convida Tasha e Tracie

Dias 4 e 5 de maio (quinta-feira e sexta-feira, às 20h)
Sala Itaú Cultural
Ingressos: gratuitos
Reservas: com uma semana de antecedência pelo INTI, acesso pelo site www.itaucultural.org.br
Capacidade: 224 lugares

Thaíde
Dias 6 e 7 de maio (sábado, às 20h, e domingo, às 19h)
Sala Itaú Cultural
Ingressos: gratuitos
Reservas: com uma semana de antecedência pelo INTI, acesso pelo site www.itaucultural.org.br
Capacidade: 224 lugares

Protocolos
- É necessário apresentar o QR Code do ingresso na entrada da atividade até 10 minutos antes do seu início. Após este horário, o ingresso não será mais válido.
- A bilheteria presencial abre uma hora antes do evento começar, para retirada de senha que será trocada por eventuais ingressos de pessoas que não compareceram.

- Devolução de ingresso:
Em caso de imprevistos ou impossibilidade de comparecimento à programação para a qual reservou o ingresso, solicite o cancelamento pelo  e-mail ajuda@byinti.com até 2 horas antes do início do evento. Isso garante que o ingresso seja utilizado por outras pessoas que queiram o assistir ao evento.  

- Fila de espera em programações com ingressos esgotados:
Os ingressos reservados valem até 10 minutos antes do início da sessão. Após esse horário, os que não tiverem o check-in feito na entrada do auditório ser­­ão disponibilizados para a fila de espera organizada presencialmente.  

- Programação sujeita a cancelamento:
A programação, virtual ou presencial, poderá ser cancelada em caso de contaminação por Covid-19 de qualquer artista envolvido. Nesse caso, os ingressos adquiridos perdem a validade. O público que reservou o ingresso será notificado por e-mail. Um eventual reagendamento da programação ficará a exclusivo critério do IC, de acordo com a disponibilidade de agenda, sem preferência para quem adquiriu os ingressos anteriormente.

Assessoria de  imprensa:
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