Quando as pessoas disputam algo na “cara e coroa”, provavelmente nem imaginam que a expressão remonta ao período do Barroco e do Rococó brasileiros. O primeiro teve seu esplendor artístico especialmente em Minas Gerais – quando ali começou o ciclo do ouro, após a queda das exportações do açúcar nordestino. No mesmo período, a capital foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, gerando uma mescla entre ambos os movimentos artísticos com forte influência religiosa nas obras produzidas no país.
Entre outros ciclos históricos, a numismática brasileira revela este momento específico do país, tanto na materialidade marcada pelo uso do ouro quanto nos atributos e na escolha das representações dos diferentes dinheiros. Em 1727, por exemplo, foram cunhadas as primeiras moedas brasileiras com a figura do rei em uma das faces e a coroa portuguesa na outra. A partir disso, a expressão “cara e coroa” se popularizou.
Seguindo na linha da história da linguagem revelada pela numismática, está a origem da expressão “meia-pataca”. As patacas eram moedas de prata de origem portuguesa que circularam no Brasil de 1695 a 1834. Na exposição tem uma série que era composta de moedas de prata nos valores de 20, 40, 80, 160, 320, 640 e 960 réis. A moeda de 320 réis (1 pataca) foi a que deu nome ao conjunto. A de 960 (ou 3 patacas), por sua vez, foi chamada de patacão. A de 160 réis está na origem da expressão popular “de meia-pataca”, que designa uma coisa de pouco valor ou de má qualidade.
Há três grandes métodos de cunhagem – ou processos de estampagem em peças metálicas. Um é manual batido a martelo; outro, por prensa de fuso (também chamado de balancim) e, por fim, o mecânico. No Brasil, a produção de moedas e medalhas deu-se pelos dois últimos meios.
As casas de moeda de todo o mundo seguem o mesmo processo de 200 anos atrás, mas com máquinas modernas, controladas por computadores e trabalhando a velocidades incríveis. Uma prensa atual produz, em média, 700 moedas por minuto.
No decorrer do tempo, um grande número de celebridades já estampou as cédulas brasileiras. Os musicistas Carlos Gomes (1836-1896) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959); o compositor Ary Barroso (1903-1964); o filósofo Tobias Barreto (1839-1889) e o historiador Câmara Cascudo (1898-1986) são alguns deles.
Também já houve cédulas com a imagem de Roquette-Pinto (1884-1954), pioneiro da radiodifusão no Brasil; o educador Anísio Teixeira (1900-1971); os artistas visuais Pedro Américo (1843-1905) e Candido Portinari (1903-1962); e o pai da aviação brasileira Santos Dumont (1873-1932).
Entre os escritores, Machado de Assis (1839-1908), Castro Alves (1847-1871), Mário de Andrade (1893 -1945), Cecília Meireles (1901-1964) e Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).
Abertura: 7 de dezembro de 2023 – permanente
Bilíngue: português/inglês
Concepção e realização: Itaú Cultural
Curadoria: Vagner Porto
Textos de obras de arte: Leno Veras
Projeto expográfico: Estúdio Risco
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, 6º andar – próximo à estação de metrô Brigadeiro
Visitação: Terça-feira a sábado, das 11h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h.
Entrada: gratuita
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