Personalidade essencial para a construção crítica cultural e artística que movimentou o Brasil no século XX, Pedrosa dedicou a sua vida – dentro e fora do país – à arte, provocando reflexões decisivas sobre o papel das instituições, e à atuação política. A Ocupação revela esse caminho estruturado por ele durante oito décadas de existência.
Mario Pedrosa foi um intérprete do Brasil. Pernambucano, viveu em São Paulo e no Rio de Janeiro. Exilou-se na Alemanha, Chile, Estados Unidos, França, Peru. Pessoa de caráter crítico, libertário e plural, a sua residência no Rio de Janeiro foi ponto de referência para debates sobre a política brasileira e a produção mundial de arte.
Formado na Suíça aos 18 anos, o percurso de Mario Pedrosa se desenhou entre viagens a trabalho e estudos ou forçadas pela perseguição política de Getúlio Vargas. Uma linha do tempo nesta Ocupação assinala os caminhos desse andarilho, suas amizades e atuações no exterior, que estruturaram seu modo de ser e de ver a vida e a arte.
Calcada nestes quatro pontos, a Ocupação Mario Pedrosa conta a vida do crítico de arte e ativista político e como construiu a sua personalidade e processo criativo. Eles revelam a sua existência desde o nascimento no interior de Pernambuco, em 1900, até a morte em São Paulo, 81 anos depois. Acompanhe o passo a passo da exposição.
Homem singular com interesses plurais; intelectual que cruzava fronteiras convencionais; internacionalista defensor de frentes políticas e culturais. Os atributos saltam já nas primeiras linhas de breve biografia do crítico de arte, escrita por seu neto Quito Pedrosa, compositor, saxofonista, violonista para a publicação da mostra. Leia o texto na íntegra.
O curador e escritor Marcio Doctors mergulhou no pensamento de Pedrosa, em mais um texto feito para a publicação que acompanha a mostra. Para o autor, tendo se tornado uma referência que não cristalizou ou dogmatizou o próprio pensamento, ele desafia o modo de pensar estética, política e a radicalidade do real. Segue um trecho.
O papel de Pedrosa nesses espaços, aos quais aliava cultura e educação, foi fundamental. Entre eles, Bienal de São Paulo, Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro e Museu de Imagens do Inconsciente. Segue trecho de texto da pesquisadora Luiza Mader sobre sua atuação nos museus, escrito para a publicação da mostra.
Em texto escrito para a publicação desta Ocupação, o jornalista José Castilho fala sobre a personalidade de Pedrosa, forjada pelo testemunho do nascimento e infância do sistema que revolucionou a política e polarizou o século XX. Segue a primeira parte do conteúdo em que o autor aborda o homem, o militante e o crítico de arte.
Saiba mais sobre o crítico de arte e ativista político nas análises colhidas pelos jornalistas do Itaú Cultural junto do jornalista e escritor Luiz Antônio Araújo, a socióloga e professora Glaucia Villas Bôas e a curadora Aracy Amaral. Tem, também, trechos de entrevistas dele sobre arte encontrados nos arquivos da TV Cultura.
O primeiro vídeo, resgata trechos de entrevistas que Mario Pedrosa deu à TV Cultura em dois momentos: abre com a gravação na galeria carioca Jean Boghici, em evento de homenagem aos seus 80 anos, em 1980. Os outros dois trechos foram gravados durante abertura da 1ª Bienal Latino-americana, em 1978, no Pavilhão da Bienal em São Paulo.
Na sequência, Luiz Antonio Araújo fala de como os exílios de Pedrosa impactaram sua visão sobre a relação do Brasil e o mundo. Glaucia Villas Bôas, socióloga e professora, aborda o pensamento e concepção do crítico sobre a arte. A curadora e escritora Aracy Amaral trata do crítico de arte, um homem do mundo, e sua relação entre arte e política.
Como é tradição, o Núcleo de Formação prepara programação em sinergia com esta mostra, entre passeios virtuais, conversas com seus educadores e, mais adiante, debates e oficinas. A instituição também segue priorizando a oferta de recursos acessíveis em suas mostras e atividades para abrir espaço para todos os públicos.
25 de outubro de 2023 a 18 de fevereiro de 2024
Concepção e realização: Itaú Cultural
Curadoria: Equipe Itaú Cultural (Núcleo de Artes Visuais e de Acervos e Núcleo Enciclopédia e de Memória) e Marcos Augusto Gonçalves
Consultoria: Quito Pedrosa
Projeto expográfico: Francine Moura e Davi Brischi
Visitação: de terça-feira a sábado, das 11h às 20h;
domingos e feriados, das 11h às 19h.
Acesso para pessoas com deficiência física
Entrada gratuita
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