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Auditório Ibirapuera
Somando oito anos e 11 meses de gestão do Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, o Itaú Cultural encerrou em 30 de junho de 2020 o seu contrato, firmado em agosto de 2011, com a Secretaria Municipal de Cultura, como previsto. Nesse período, a instituição potencializou e consolidou o Auditório como um relevante palco das artes e de formação musical na capital paulista. Com uma política de preços populares, ampliou o acesso para as atrações que ali foram apresentadas. No total, ofereceu cerca de 1,3 mil atividades, uma média de 144 espetáculos por ano. Em 2011, antes da instituição assumir a gestão, o local operava em uma frequência menor, 80 apresentações anuais.
Com a intensificação das atividades, o Itaú Cultural ampliou o número de espectadores do Auditório. Em 2011, o público da casa foi de 82 mil pessoas. Em 2019, já havia alcançado a marca de 162 mil espectadores ao ano. Nos quase nove anos de gestão, o Auditório recebeu mais de 1,6 milhão de espectadores, uma média de 177 mil pessoas ao ano.
Refletindo parte da programação multiartística do Itaú Cultural, embora 80% da oferta do palco interno e externo e do foyer do Auditório Ibirapuera tenha continuado com curadoria musical, outras áreas de expressão foram contempladas, como o cinema, a literatura, dança e teatro. A diversidade na ocupação desse espaço, o consolidou como lugar de acolhimento da força cultural da capital paulista.
Os diferentes ambientes do prédio projetado por Niemeyer receberam um amplo leque de artistas e grupos brasileiros, como Liniker, O Terno, As Bahias e a Cozinha Mineira, Abacaxepa e Capela, além de consagrados como Elza Soares, Dona Ivone Lara, Ângela Maria, Gilberto Gil, Cauby Peixoto, Odair José, Sérgio Reis e Jair Rodrigues. Também passaram por aquele palco apresentações do exterior, entre elas, a Orquestra Sinfônica de Berlim, Bobby Mc Ferrin, Philip Glass, Speranza Spalding e Ryuichi Sakamoto.
Em outra frente, acolheu festivais e eventos que fazem parte do calendário da cidade. Entre eles, as mostras internacionais de cinema e de teatro, a entrega do Prêmio Jabuti, o Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, o projeto Estéticas da Periferia, a Balada Literária e o Sarau da Cooperifa.
Legado
Em um legado que deixa para a cidade, o Itaú Cultural também promoveu uma maior integração do prédio ao parque, realizou obras estruturais no edifício, instalou uma obra de Waldemar Cordeiro, na lateral ao ar livre, e adquiriu novos instrumentos para a Escola de Música, que foram doados para o Município de São Paulo.
Sob a sua administração, o Itaú Cultural criou e implementou políticas e regulamentos para aprimorar a governança do Auditório, como o Manual de Procedimento Sobre Manutenção e Uso de Equipamento Histórico. A criação de um programa de identidade visual e práticas cotidianas de atendimento e de emergência, também foram ações realizadas ao longo da gestão.
Durante esse período, a instituição fortaleceu, ainda, a Escola de Música do Auditório. Ela realiza a formação musical de alunos da rede pública de ensino no contraturno escolar, com ênfase na música brasileira e sob a orientação de mestres e músicos tarimbados, como o instrumentista, regente e arranjador Nailor Proveta, o compositor e acordeonista Toninho Ferragutti, a cantora Vanessa Moreno e a também compositora e instrumentista Camila Lordy. A instituição reorganizou a escola com conceito curricular, criou regimento interno, infraestrutura e condições para o estudo da música e o desenvolvimento de repertório.
O programa de formação da Escola de Música foi reestruturado e os cursos passaram a ter cinco anos de duração. Nesta iniciativa o Itaú Cultural também garantiu a oferta de bolsas de estudo e de transporte para todos os alunos, além da circulação dos instrumentos para que pudessem estudar em suas casas. No total, a escola formou 92 estudantes de música, que, de outra maneira, dificilmente teriam acesso a um ensino tão profundo e abrangente para este tipo de formação. Grande parte atua na área, inclusive como professoras e professores na própria Escola.
Parceria público-privada
O Auditório Ibirapuera foi inaugurado para o público em outubro de 2005. Passados seis anos, em 2011, o Itaú Cultural assumiu a gestão do equipamento, atendendo a chamamento da Secretaria Municipal de Cultura. Ele determinava, em um primeiro momento, que o Itaú Cultural permanecesse por cinco anos na administração do prédio. Em parceria com a prefeitura, no entanto, a instituição ficou à frente do equipamento por quase nove anos, até junho deste ano, quando a Secretaria Municipal de Cultura o assumiu.
“A gestão do Auditório Ibirapuera pelo Itaú Cultural é mais um exemplo de que podemos fazer muito pela cultura brasileira, por meio de parcerias entre o poder público e o campo privado. A experiência trouxe grandes aprendizados. Estamos muito orgulhosos do legado que deixamos para a cidade”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. De acordo com ele, desde o primeiro momento, a instituição cuidou da Escola de Música sob a perspectiva do fomento a um legado da música brasileira, por meio da consistente formação de jovens da rede pública, fez do palco um espaço de acolhimento da diversidade da cultura e cuidou do prédio como uma obra de arte, sendo um equipamento idealizado por um dos maiores arquitetos do país.
“Esperamos que as próximas gestões continuem elevando a importância e potência do Auditório Ibirapuera e da Escola de Música no incentivo à formação, criação e produção artística brasileira. Uma governança sólida, com propósitos bem definidos e imbuídos de espírito público, resulta em uma parceria público privada de êxito”, conclui Saron.
Com iniciativas desta natureza, o Itaú Cultural reafirma o seu compromisso com a democratização do acesso às atividades culturais e a preservação e difusão do patrimônio cultural e artístico do Brasil, de modo a formar um legado perene para o país.
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