Foto: Agência Ophélia
Formação: Escola Itaú Cultural e gestão em cultura por todo o país
O Itaú Cultural tem especial preocupação na área de formação. O seu plano de atividades neste quesito se sustenta em três frentes: formação acadêmica, ações teórico práticas e ações reflexivas. Desde a sua criação, se passaram mais de três décadas em que manteve um olhar sobre a pesquisa, educação e formação. Cursos, masterclasses, palestras, mestrados, especialização em gestão e políticas culturais, cátedra das ciências, artes e tecnologia, são algumas das iniciativas da organização neste campo.
Todo esse percurso, culminou em 2020 na abertura da Escola Itaú Cultural (EIC), para oferecer novos cursos online de diferentes modalidades e de forma permanente. A plataforma de formação da instituição, com ênfase ao ensino remoto, abriu em novembro já oferecendo seis cursos livres:
Introdução ao Teatro Essencial, sobre o método criado por Denise Stoklos; Culturas Surdas na Contemporaneidade: Criações e vivências Artísticas; Mediação Cultural Contemporânea, o qual revisitou os paradigmas da mediação na cultura e debateu as práticas contemporâneas dessa área; Entreolhares: Arte e Algoritmo Como Usar o Processamento Digital na Criação de Poéticas?; Constelação das Artes: Histórias da Música e Sonoridades Brasileiras, que acompanhou a construção da ideia de identidade nacional por meio da música, e Constelação das Artes: História do Brasil em 12 ingredientes e 1 dose, sobre a história gastronômica brasileira. Até dezembro, recebeu cerca de 8,2 mil acessos e mais de 3,5 mil alunos matriculados.
Consolidando a especial atenção da instituição nesta área, a Escola Itaú Cultural é a sua principal ação formativa. Gratuita, como todas as atividades oferecidas pela organização, ela é apresentada de forma acolhedora, fácil e intuitiva em www.escola.itaucultural.org.br e grande parte do seu conteúdo pode ser acessada a qualquer hora.
O currículo oferece diferentes tipos de cursos nos formatos a distância e híbridos (online/presencial), autoformativos e mediados, em pós-graduação, cursos de extensão da formação acadêmica e universitária e livres. Aqueles que frequentarm, no mínimo, 75% das aulas recebem certificado nas múltiplas modalidades. Todos eles são voltados para as diversas áreas de atuação cultural da organização, reafirmando o seu foco na arte e na cultura no Brasil.
Parcerias
Além da EIC, também em 2020, a instituição fez parcerias com o meio acadêmico como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), para o Mestrado Profissional em Economia e Política da Cultura e Indústrias Criativas. Para as 30 vagas oferecidas para este curso – nove dedicadas para ações afirmativas que incluem as categorias de autodeclarados negros, indígenas residentes no Brasil, pessoas com deficiência, pessoas com visto humanitário/refugiado e pessoas travestis, transexuais ou transgêneros – foram recebidas 764 inscrições.
Mais duas parcerias no gênero foram consumidas em 2020. Uma, com o Insper, Arq.Futuro e URBAM-EAFIT (Medellín), para a realização da Pós-graduação em Urbanismo Social – Gestão Urbana, Políticas Públicas e Sociedade. Para este curso, 30 bolsas de estudo são financiadas integralmente pelo Itaú Cultural, 10 delas para lideranças comunitárias que garantindo a presença daqueles que são de fora da capital de São Paulo, auxílio transporte, estadia e alimentação para participar das três imersões presenciais realizadas. Recebeu 210 inscrições e 34 alunos se matricularam, vindos do Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
A outra parceria, em conjunto com o Instituto Singularidades, é a Especialização em Gestão Cultural Contemporânea: da Ampliação do Repertório Poético à Construção de Equipes Colaborativas. Para 80 vagas recebeu 623 inscrições da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Atendeu 75 alunos e formou 73.
Com o Instituto Singularidades, o Itaú Cultura também realizou um curso de extensão Culturas Surdas na Contemporaneidade: Criações e Vivências Artísticas.
Lastro
A vocação no setor da formação acompanha o Itaú Cultural desde 1987, ano em que iniciou a sua trajetória. Inicialmente pensado como um veículo para democratizar o acesso à produção artística e a conteúdos de referência sobre os criadores brasileiros, com foco nas artes visuais, resultou na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. Hoje, esta ferramenta virtual se consolidou como uma fonte privilegiada de conhecimento sobre todas as áreas de expressão.
O Itaú Cultural traz em seu DNA, ainda, ter sido a primeira instituição privada cultural no país a criar uma pós-graduação em gestão cultural – o curso de Especialização em Gestão e Políticas Culturais (CEGPC), em parceria com a Cátedra Unesco de Políticas Culturais e Cooperação da Universidade de Girona, Espanha –, que, em 11 edições, de 2009 a 2019/20, formou cerca de 350 alunos.
A organização voltou a inovar em 2016, ao lançar a Cátedra Olavo Setubal, em parceria com o Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP). Trata-se da primeira cátedra na Universidade de São Paulo voltada para a discussão de questões do universo das ciências, artes e tecnologia.
Estas iniciativas se somam a outras ações educacionais realizadas no Itaú Cultural, em São Paulo, seguidas de itinerâncias por todo o país sempre em parceria com instituições locais – suspensas enquanto o país estiver sob os riscos oriundos da pandemia. O seu site também vem oferecendo cursos diversificados de EAD, quase todos os meses. Por exemplo, as 12 aulas de Um Possível Olhar sobre a Produção em Artes Visuais no Brasil. Ministradas pelo professor Marcos Moraes, tiveram cerca de 125 mil visualizações em 16,5 mil horas assistidas e seguem disponíveis no YouTube.
Neste campo, após 13 anos de atuação, em setembro de 2020 foi encerrado o curso de Especialização em Gestão de Políticas Culturais, realizado em uma parceria do Observatório Itaú Cultural e a Cátedra Unesco Políticas Culturais e Cooperação da Universidade de Girona, Espanha. Com aulas ministradas pela web e presencialmente, o curso recebeu cerca de 13 mil inscrições de todos os estados do país e atendeu cerca de 500 alunos. Ao todo, foram formadas 324 pessoas, com 70% de aprovações.
Ainda no âmbito da gestão, foi criada a Semana de Gestão e Políticas Culturais, em que o Itaú Cultural leva cursos de formação a localidades de todo o país. Desde a sua criação, em 2008, o curso de 40 horas beneficiou mais de três mil profissionais ligados às áreas culturais entre as 34 cidades por onde passou:
São Luiz (MA), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Rio Branco (AC), Salvador (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), São Paulo (SP), Macapá (AP); Recife (PE), Bauru (SP), Ribeirão Preto (SP), Presidente Prudente (SP), Belo Horizonte (MG), Janaúba (MG), Feira de Santana (BA), Crato (CE), Canoas (RS), Foz do Iguaçu (PR), Belém (PA), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Teresina (PI) e Vitória (ES).
A proposta desse curso rápido é realizar uma formação de produtores e gestores culturais para que possam lidar melhor com as especificidades da gestão cultural, compreender as diversas demandas de sua região e os desafios da atualidade.
Cátedra Olavo Setubal
A Cátedra Olavo Setubal, criada pelo Itaú Cultural em 2016, é a primeira na Universidade de São Paulo (USP) voltada para questões do universo das artes e da gestão cultural além de temas científicos e sociais. Desenvolvida em parceria com o Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP), com duração mínima de cinco anos, ela compõe o curso para alunos da USP, pesquisadores, artistas, produtores culturais e membros de instituições culturais.
Em outubro de 2020, a titularidade passou para o antropólogo cultural Néstor García Canclini, da Universidade Autônoma Metropolitana da Cidade do México. Novamente devido à suspensão social, as ações públicas do novo titular até o fim do ano foram relacionadas à sua posse online, no canal do Instituto de Estudos Avançados da USP, somando ao todo 12 vídeos e 2.127 visualizações.
A disciplina teve como primeiro titular o cientista político, filósofo, e diplomata Sérgio Paulo Rouanet. No ano seguinte, o titular foi o arquiteto, designer gráfico e gestor cultural Ricardo Ohtake. A cátedra somou cerca de 300 alunos presenciais e mais de 500 via web. Em 2018, a titularidade passou à educadora e ativista social Eliana Souza e Silva, fundadora da ONG Redes de Desenvolvimento da Maré.
Em 2019, assumiram o posto o curador de artes visuais Paulo Herkenhoff e a professora da Unifesp Helena Nader. Neste ano, 1028 pessoas participaram da formação presencial e 930 da on-line, abrangendo um total de quase dois mil participantes.
A dotação orçamentária anual para cada programa, custeada pelo instituto, é de R$ 500 mil. Até 2024, está previsto destinar à cátedra R$ 4 milhões. Este é um reconhecimento que o instituto dá à gestão e formação de política cultural, e integrou os 10 anos do Observatório Itaú Cultural, celebrados em 2017.
Observatório
O Observatório Itaú Cultural foi criado em 2006 com foco em gestão, economia e políticas culturais. Desde então promove estudos e debates desses temas, estimulando a reflexão sobre a cultura em seus vários aspectos
A atuação do Observatório tem seu alcance ampliado com seminários, encontros e palestras; uma linha editorial de livros e a Revista Observatório (tudo disponível gratuitamente na web) e a promoção de pesquisas sobre o campo cultural, além do curso de especialização em gestão cultural.
De acordo com pesquisa realizada pelo Observatório, 70% do público que acompanha as suas ações, acessa alguns dos produtos todas as semanas ou uma vez por mês. De 1 a 5, a média das respostas deu nota 5 para os temas abordados pelo conteúdo do Observatório, 4 para a profundidade das reflexões e 4 para a diversidade de olhares sobre a cultura.
Tal proposta se consolidou em 2020 com o lançamento do Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural, primeira plataforma digital do país inteiramente dedicada à análise de dados da cultura e da economia criativa. Lançada em abril, a plataforma é dividida em três eixos e conta com 17 indicadores de Economia da Cultura e Criativa. Até dezembro de 2020, foram 16.412 acessos únicos ao site.
Em paralelo, em 2020, o Observatório realizou quatro cursos EAD: Panorama Econômico e um Webinar de Análise Setoriais, com três parceiros institucionais de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Pernambuco; Cultura e Desenvolvimento; Lei Aldir Blanc e Entreolhares: Arte e Algorítimo. No total, foram recebidas 1.843 inscrições para 976 vagas.
A plataforma traz, também, análises qualitativas das discussões sobre Economia Criativa e da Cultura, por meio de textos produzidos por pesquisadores das áreas. Até o momento, produziu publicações como 10 Anos de Economia da Cultura e Impacto da Covid-19. O objetivo desse estudo foi refletir sobre a relevância histórica da Economia da Cultura no país e avaliar o impacto da crise desencadeada pela situação de pandemia. O relatório apresenta este panorama tendo como partida o ano de 2010. Com isso, espera contribuir com agentes da cultura e do setor criativo no enfrentamento da crise e no desenvolvimento do setor.
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