Detalhe de Kanapã Napaix Ani/ História do Relâmpago e do Trovão. Pintura de pajé José Melo; Aldeia Mae Bena - Rio Tarauacá
Foto: Pepe Schettino
Preservação e difusão da produção cultural brasileira
Acreditando que cultura é um patrimônio do país que deve ser preservado e difundido, o Itaú Cultural dedica especial atenção ao processo de criação, produção e história de importantes artistas da cultura brasileira, tanto em exposições e apoio a acervos como na realização de documentários.
Entre estas iniciativas, a organização apoia, técnica e financeiramente, projetos relacionados à identificação, catalogação e salvaguarda de dados relativos à produção de artistas brasileiros ou que atuaram no Brasil. O objetivo principal é oferecer, por meio de parcerias, a contratação de profissionais, a gestão dos processos, os recursos técnicos e financeiros para possibilitar a organização, catalogação, armazenamento, digitalização e disponibilização para consulta pública acervos pessoais de artistas.
No total, cerca de 50 desses acervos de diversas áreas de expressão, já foram contemplados. Entre eles, os dos artistas Hélio Oiticica, Waldemar Cordeiro, Leonilson, Regina Silveira e Lygia Lygia Clark, cujo apoio para montar um site sobre sua obra está em fase de finalização. Para citar mais alguns, vale mencionar o do jornalista Vladimir Herzog, que já resultou na criação de um site; do músico Elomar Figueira Mello e da cantora, atriz, pesquisadora e apresentadora Inezita Barroso.
Também foram contemplados os acervos da estilista Zuzu Angel, da psiquiatra e pesquisadora Nise da Silveira, dos arquitetos Sergio Rodrigues, Lucio Costa e Oscar Niemeyer, da crítica de arte Aracy Amaral, do cenógrafo e artista visual Flávio Império, do crítico de arte Frederico Morais e, ainda, do grupo Sobrevento de Teatro de Bonecos, dos fotógrafos Claudia Andujar e Euvaldo Macedo Filho, do escritor Jorge Amado e da escritora Hilda Hilst, além do professor e crítico literário Antonio Candido de Mello e Souza, Rino Levi e Sérgio Ricardo, entre outros.
Ocupações
Um dos projetos nesse campo de difusão do patrimônio cultural é a série de exposições Ocupação, que faz a memorabília de nomes centrais da cultura brasileira, ampliando o conhecimento do público e fomentando o diálogo da nova geração de artistas com os criadores que os influenciaram.
Desde a sua criação, esta iniciativa já revisitou o trabalho e a história de 50 artistas, como Nelson Leirner, Abraham Palatnik, Zé Celso Martinez Corrêa, Paulo Leminski, Chico Science, Rogério Sganzerla, Regina Silveira, Haroldo de Campos, Angeli, Nelson Rodrigues, Antonio Nóbrega, Mário de Andrade, Nelson Pereira dos Santos, Sérgio Britto, Zuzu Angel, Jards Macalé, Laerte, Aloisio Magalhães e grupo Giramundo. O Ocupação também já homenageou nomes como Elomar, Hilda Hilst, Dona Ivone Lara, João das Neves, Vilanova Artigas, Grupo Corpo, Glauco Cartola, Abdias Nascimento e Nise da Silveira, o escritor Manoel de Barros, o arquiteto modernista Gregori Warchavchik, a educadora e pesquisadora Lydia Hortélio, o jornalista Vladimir Herzog, o cineasta Eduardo Coutinho e o músico e compositor Alceu Valença.
Em 2020, o número de Ocupações exibidas foi menor, devido à suspensão social total, de março a outubro. Ainda assim, no início do ano, antes do início das restrições impostas pela pandemia, foi aberta mostra dedicada ao arquiteto Rino Levi. Ela permaneceu poucos dias em cartaz, com a interrupção das atividades presenciais, mas a organização cuidou de lincar a exposição às atividades digitais. Com o espaço adequado aos protocolos sanitários reabriu em outubro. No fim do ano, foi inaugurada a Ocupação Lima Duarte, primeira totalmente idealizada com os procedimentos necessários para garantir a segurança da saúde do público e dos colaboradores.
Vale retomar o período de 2017, quando o Itaú Cultural celebrou 30 anos de existência e esta série teve como foco a trajetória de mulheres fundamentais da arte e da cultura brasileiras: a atriz Laura Cardoso, a escritora Conceição Evaristo, a crítica de arte Aracy Amaral, a cantora Inezita Barroso e a psiquiatra Nise da Silveira. A exposição feita em homenagem a Conceição Evaristo deu origem a uma mostra apresentada no Centro de Artes da Maré, no Rio de Janeiro, que também recebeu uma itinerância da Mostra Diálogos Ausentes, composta de trabalhos de artistas negros. Em 2018, as homenagens foram para Angel Vianna, Antonio Candido, Paulo Mendes da Rocha e Ilê Ayê.
Público
O encerramento das atividades presenciais de março a outubro de 2020 e, na retomada, a necessidade de restringir as visitas a pequenos grupos, mediante agendamento antecipado, resultaram em uma redução do público visitante na sede do Itaú Cultural, na capital paulista. Por outro lado, cresceu e se estendeu para todo o Brasil o número de pessoas impactadas pelas ações da instituição por meio da web.
No total, 123.662 pessoas passaram pelas atividades realizadas no prédio da instituição e pelas Ocupações e demais exposições exibidas no espaço expositivo – Sandra Cinto: das Ideias na Cabeça aos Olhos no Céu, que passou pelo mesmo processo da Ocupação Rino Levi, e Beatriz Milhazes: Avenida Paulista, esta realizada no final do ano em parceria com o Museu de Arte de São Paulo, o que permitiu exibir toda a obra da artista entre as duas instituições.
Igualmente, o público que costuma acompanhar as itinerâncias do Itaú Cultural foi extremamente reduzido, em consequência da pandemia. O ano começou com a abertura, em fevereiro, da exposição Narrativas em Processo: Livros de Artista na Coleção Itaú Cultura no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), sendo forçada a encerrar em 18 de março. Chegaram a ter acesso a ela, 911 pessoas.
As demais itinerâncias programadas pela instituição para o ano foram canceladas ou adiadas. Com exceção de um recorte de Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural, disponibilizado a partir de dezembro na plataforma Google Arts & Culture, que reúne coleções de arte de vários museus e institutos culturais do mundo.
Esta seleção reúne 70 obras de 25 artistas, com destaque para as icônicas imagens fotográficas pertencentes à Coleção Itaú Cultural, composta de 160 obras de 38 artistas no total. As imagens reunidas, com destaque para os trabalhos realizados entre as décadas de 1940 e 1970, revelam alguns temas e conceitos para a compreensão do que foi o modernismo fotográfico brasileiro. Até o final daquele mês, a exposição foi vista remotamente por cerca de 2,7 mil pessoas, a maioria do Brasil, mas também de alguns países da América do Sul, Europa, Ásia e alguns estados norte-americanos.
Entre o encerramento das atividades do Auditório Ibirapuera, em março, por conta da pandemia, e a entrega prevista em contrato da gestão do Itaú Cultural, o público deste equipamento também apresenta redução drástica: 500 pessoas assistiram às únicas duas apresentações que puderam ser realizadas antes da suspensão social, Coro Luther King e Funmilayo Afrobeat Orquestra
Por outro lado, a audiência do Itaú cultural em atividades não presenciais, em 2020 chegou à marca de mais de 230 milhões de indivíduos. Somente neste ano, entre o site e a Enciclopédia Itaú Cultural de Artes e Cultura Brasileiras este número alcançou 46,5 milhões – 22,37% a mais do que em 2019, quando os acessos foram 38 milhões.
No mesmo período, a organização registrou mais 1,25 milhão de fãs em sua página no Facebook, somando mais de 23 mil novos frequentadores. Chegou a mais de 224,5 mil seguidores no Instagram, um incremento de 29% em relação ao ano anterior. Ganhou outros três mil no Twitter, reunindo cerca de 130 mil usuários que acompanham a instituição por esta rede.
Perto de 16 milhões de pessoas visualizaram os vídeos do Itaú Cultural no Youtube, um aumento de 4,6 milhões em relação à 2019, equivalente a 42%. Além destes, a instituição também exibiu filmes em seu site, que receberam, no conjunto, mais de 36,5 mil visualizações entre 361 apresentações, como as do Festival Arte como Respiro, que levou ao público trabalhos selecionados nos editais de emergência, e do Palco Virtual. Neste mesmo ano, a instituição ampliou a sua grade de cinema online, exibindo 125 filmes, em 23 mostras, chegando à marca de 156.464 visualizações.
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